terça-feira, 2 de abril de 2019

Bridge of Spies (2015)

Existem películas que passam por nós despercebidas. Existem aquelas que ficamos com o entusiasmo natural de as ver na altura. Existem ainda outras cujo cunho histórico é tão importante, que transcende a barreira do tempo, e faz-nos ver o filme independentemente de ainda não o termos visto, ou de o rever-mos sempre com o mesmo prazer de sempre. É o que se passa com "Bridge of Spies".

Baseado no incidente com avião U2 em 1960, que deu origem ao romance homónimo escrito por Giles Whittell, este filme mistura espionagem, política, relações perigosas, e dois lados distintos da barricada em plena Guerra Fria, sendo que um advogado especializado em seguros James B. Donovan (interpretado brilhantemente por Tom Hanks), aceita uma tarefa muito diferente do seu trabalho habitual: defender Rudolf Abel (interpretado por Mark Rylance, que acabou por ganhar um Óscar como Melhor Actor Secundário), um espião soviético capturado pelos americanos. E é neste estranho viveiro que nasce uma relação muito diferente da habitual entre um advogado atirado aos lobos, e um cliente que conhece bem os riscos de se ser um espião, com uma naturalidade inquietante que não deixa ninguém indiferente.

Só um coração de pedra, não vibra durante os momentos de tensão deste incrível filme cheio de Humanidade, a mesma Humanidade que falta por vezes em situações semelhantes, e que seguramente faltou em muitos países da velha Europa naquela época (ainda hoje em alguns casos infelizmente). Este filme não é apenas um simples filme. É uma lição de como os Homens podem, e devem ser melhores do que são, porque já existem a meu ver, demasiadas fronteiras.



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