segunda-feira, 26 de agosto de 2019

Goodbye Christopher Robin (2017)

Esta espécie de biografia da relação entre Alan Milne e o seu filho, que levou à criação do icónico urso de peluche Winnie The Pooh, é no fundo uma história comovente de um escritor e a relação que tem com o seu filho Christopher Robin de 8 anos, interpretado maioritariamente por Will Tilston, e de como isso joga com as emoções de quem o rodeia.

Se Alan Milne está muito bem interpretado por Domhnall Gleeson, não menos importante é o papel de Margot Robbie como Daphne Milne, a Mulher do escritor, nesta representação de uma família que tem tudo para ser a família modelo da época, com uma vida de sonho, embora o argumento escrito por Frank Cottrell Boyce e Simon Vaughan, gira muito à volta das emoções do escritor e do seu filho.

Realizado por Simon Curtis, é um filme doce, uma espécie de ode à criação da escrita simples para crianças, e de como isso pode brotar de emoções fortes de adultos na suas relações pessoais, sendo que o filme é um pouco mais do que uma simples representação biográfica. É quase um filme de família, que mesmo não sendo animado, vive muito desse espírito de família.



domingo, 25 de agosto de 2019

Terminal (2018)

Quem diz que o suspense e o filmes com uma aura "noir" estão acabados, terá que engolir em seco este "Terminal", que é no fundo uma grande história de vingança, "twists" de argumento engenhosos, e uma penumbra própria que caracteriza os filmes do género, de onde claramente se destaca.

Se Margot Robbie com a sua brilhante prestação no papel de Annie não faz levitar o público mais exigente, com a sua personificação de "femme fatale", Simon Pegg (que interpreta Bill), Dexter Fletcher (que interpreta Vince), e Max Irons (que interpreta Alf), complementam com as suas personagens a definitiva razão pela qual esta trama é tão boa, sendo que num outro plano menos visto, temos Mike Myers (que interpreta Clinton / Mr. Franklyn).

Escrito e realizado por Vaughn Stein, este filme é um revivalismo dos antigos thrillers, com uma sensualidade própria que abraça crime e drama, numa dança de personagens viciadas em objectivos pessoais, que não olham a meios para atingir os fins. Para quem também é fã do trabalho de Margot Robbie, é sem dúvida uma película a descobrir.



sábado, 24 de agosto de 2019

I, Tonya (2017)

Este biografia de Tonya Harding, é talvez o papel mais desafiante que a actriz Margot Robbie teve até hoje, e depois de se assistir a esta história de vida, com tudo o que uma história de vida tem, desde drama a comédia, desde altos e baixos, e desde certezas a incertezas, percebe-se o porquê.

Esta retrospectiva da vida de Tonya Harding, uma patinadora de gelo que subiu a pique contra todas as adversidades da vida, tornando-se parte da equipa de patinagem de gelo que foi aos Jogos Olímpicos pelos Estados Unidos, é uma corrosiva e intensa trama que retrata boa parte das dificuldades de uma mulher nascida num meio bastante difícil, com uma conjuntura bastante complicada à sua volta, e que persegue com unhas e dentes o seu sonho, porque mesmo contra todas as farpas que a vida lhe mandou, ela continuou a perseguir o seu sonho, com todas as dúvidas de uma personalidade complicada, e com todas as certezas de uma mente que por caminhos tortos, lá encontrou o seu rumo.

Escrito por Steven Rogers, e realizador por Craig Gillespie, é um filme tremendo sobre dedicação ao que se gosta, e Margot Robbie teve aqui a sua primeira nomeação para os Oscares interpretando Tonya Harding (merecia tanto o Oscar na minha opinião) de forma brilhante, sendo que o restante elenco comporto por Sebastian Stan (Jeff), Allison Janney (LaVona, vencedora do Oscar para Melhor Actriz Secundária), Julianne Nicholson (Diane Rawlinson), e Paul Walter Hauser (Shawn), complementam um leque de excelentes interpretações, com momentos deliciosos de entrega às suas personagens.



quarta-feira, 21 de agosto de 2019

Mary Queen of Scots (2018)

Este filme é uma retrospectiva histórica dos conflitos de poder e jogos de interesse entre tronos, neste caso entre os reinos de Inglaterra, e da Escócia. De um lado, a brilhante Saoirse Ronan que interpreta Mary Stuart, e do outro a também talentosa Margot Robbie, que tem a responsabilidade de interpretar a Rainha Elisabete I.

Realizado por Josie Rourke, e baseado no livro de John Guy "Queen of Scots: The True Life of Mary Stuart", este argumento escrito por Beau Willimon conduz o espectador por um período tenso da história das Ilhas Britânicas em que as figuras centrais são duas mulheres com imenso poder, e com interesses muito fortes que levam a conflitos internos que podem tomar proporções fracturantes, sendo que não podiam ter escolhido melhores actrizes para este filme, sendo que considero que ambas são perfeitas para os respectivos papéis. Destaque também para os sotaques usados durante os diálogos do filme, que concedem a esta película um charme especial.

Nomeado para Melhor Guarda Roupa para os Oscares, entre tantas outras nomeações em outros festivais de Cinema, é um registo que é importante que retrata o amor à terra, ao povo e à independência, e que mostra também o quanto as as relações entre monarquias podem ser cruéis, e mesmo não tendo ganho a estatueta para a qual o filme foi nomeado, é sem dúvida um grande retrato daquele período em específico.



domingo, 18 de agosto de 2019

Once Upon a Time... in Hollywood (2019)

O nono filme de Quentin Tarantino é uma carta nostálgica em jeito de homenagem à antiga L.A. dos anos 60, sendo que o enredo passa-se durante o ano de 1969. Tudo neste filme é pensado ao pormenor, sendo que o guião, o grande pilar deste filme, é uma homenagem também ao Cinema como arte por si só. É um filme de um amante de cinema, para outros amantes de cinema, que dão a esta arte lugar de destaque nas suas vidas.

Dotado de uma banda sonora incrível, com cenários e personagens fascinantes, e de uma mecânica incrivelmente leve e orgânica, o filme balança entre o glamour e a decadência daquela época, entre o fantástico e o ordinário das relações humanas, e tudo isto acontece muito graças aos diálogos reconhecidos por qualquer amante de Tarantino, com aquele humor negro tão característico do mítico realizador e argumentista (cargos que desempenhou no desenvolvimento da película), que não quis dar ao público "só isto". Conta também com um dos melhores elencos de sempre: Leonardo DiCaprio (Rick Dalton), Brad Pitt (Cliff Booth), Margot Robbie (Sharon Tate), Margaret Qualley (Pussycat), Dakota Fanning (Squeaky Fromme), Mike Moh (Bruce Lee), e Al Pacino (Marvin Schwarz, entre outros. E se é também pelo elenco que este filme se distingue dos outros, observar o guarda roupa das personagens e o outro lado da câmara, é convidar também o espectador para o lado íntimo da criação de um filme.  

Esta história de um grande actor que de repente cai em desgraça, e que juntamente com o seu duplo tentam atingir novamente a fama na indústria cinematográfica da altura, é muito mais do que apenas uma bonita história de amizade. É uma história quente sobre a época de ouro de Hollywood, com pormenores penetrantes que deixam no espectador a fantasia de ter viajado realmente no tempo até àquela altura, com movimentos de câmara tão vivos como revivalistas, sendo que este filme vive muito desse revivalismo, e da saudade de uma época distante com todas as suas coisas boas e más.

Obrigado por isto Quentin Tarantino. É bom saber que quem gosta de Cinema, pode contar contigo sempre que quiser ver um bom filme.

terça-feira, 6 de agosto de 2019

Brightburn (2019)

E se a educação de um suposto Super Homem corresse mal? Mas mesmo muito mal? Esta é a premissa de "Brightburn", em que aqui o realizador David Yarovesky dá uma prespectiva totalmente obscura daquilo que poderia ter sido a história de um ser invencível, caso fosse ele o mal absoluto. Estava muito curioso para ver este outro lado de uma história que tem tanto de fascinante como de macabra.

Escrito por Brian Gunn e Mark Gunn, e produzido entre outros pelo visionário James Gunn, parece quase uma ideia de família criar uma espécie de universo onde estes super seres, poderia eventualmente enveredar por caminhos obscuros. É no fundo, um filme de terror, com um bom guião, por vezes um pouco previsível, mas não obstante eficaz.

É um filme que para quem está familiarizado com este tipo de universos, é um bocado bem passado, e quem sabe se esta ideia não abriu as portas para outras personagens do género, para outras ideias dentro deste formato mais sinistro, sendo que para já, este filme cumpre aquilo a que se propõe.



domingo, 4 de agosto de 2019

Pulp Fiction (1994)

O primeiro contacto que tive com Quentin Tarantino, que me agarrou logo com a sua realização e escrita (em parceria com (Roger Avary), e sinceramente quando olhei para a capa do filme, fiquei impressionado com o elenco do mesmo, que liga de forma fantásticas todas as histórias, que no fundo tornam este filme tão diferente e tão único. Dos filmes que mais me impressionou quando comecei a ver Cinema.

Começando logo com a cena fantástica protagonizada por Tim Roth e Amanda Plummer, o filme dá o mote para aquilo em que Tarantino é mestre: criar grandes diálogos que fluem num argumento fantástico com personagens tão disfuncionais como fascinantes. É quando entram as personagens desempenhadas por John Travolta e Samuel L. Jackson que todo o filme ganha toda uma nova dimensão, que juntamente Bruce Willis e Uma Thurman complementam histórias que ligam todas estas personagens a uma máfia violenta, mas que no fundo procuram a redenção. De referir que Maria de Medeiros está suavemente fascinante neste filme, este outros grandes actores que vão entrando à medida que o filme vai avançando.

Com uma banda sonora absolutamente fantástica, diálogos intemporais e cenas marcantes, este filme é o principal marco na carreira de um realizador único na sétima arte, que ganhou o Oscar para Melhor Argumento Original (merecia muito mais Oscares na minha opinião), entre outras nomeações e prémios por inúmeros festivais de Cinema por todo o mundo. Obrigatório para qualquer fã de Cinema.



sexta-feira, 2 de agosto de 2019

Kill Bill: Vol. 2 (2004)

Um ano volvido, e é lançada a segunda parte de Kill Bill, a saga da "noiva" mais conhecida por Q, na sua saga vingativa pelo ex-noivo Bill. O que esperar desta segunda parte escrita e realizada por Quentin Tarantino? Na verdade, o mesmo brilhantismo da primeira.

É difícil escolher qual dos 2 filmes é o melhor, pois na verdade um necessita do outro para se complementarem, sendo que esta é a conclusão de uma das melhores histórias escritas por um dos melhores realizadores de sempre. Uma Thurman aparece neste filme com uma voraz interpretação, levada ao limite, ou não estivéssemos a falar do seu papel mais desafiante de sempre. Claro que voltam para este último capítulo David Carradine (Bill), e Michael Madsen (Budd), mas como vilã que deixa o espectador sem folgo, Daryl Hannah (que interpreta One-Eyed Elle) rouba para si todos os elogios que podemos dar à personagem que encarna.

Desde a banda sonora aos diálogos, desde a fluência do argumento aos cenários, e com aquele feeling "wild west" com "road movie" mergulhado numa tragédia Grega, Kill Bill seja que parte for é já um clássico por si só, e esta segunda parte veio reforçar ainda mais a minha ideia de que estes 2 filmes de Quentin Tarantino, foram dos mais desafiantes, dos mais engenhosos, e do mais extraordinário que o realizador e argumentista já fez. Bravo. Quando olho para a Beatrix Kiddo não posso deixar passar em claro que é uma personagem do caraças.



quinta-feira, 1 de agosto de 2019

Kill Bill: Vol. 1 (2003)

Está tremenda história de vingança escrita por parte de Quentin Tarantino, deixou-me obviamente intrigado, e quando olhei para o elenco que conta com Uma Thurman (que protagoniza The Bride / Beatrix Kiddo, figura central da trama), Lucy Liu, Vivica A. Fox, Daryl Hannah, David Carradine, e Michael Madsen entre outros, fiquei na expectativa de um grande filme, que acabou por ser um pouco mais do que isso.

Depois de acordar de um coma de 4 anos, após uma trágica tentativa de assassinato, uma antiga assassina jura vingança contra o grupo de assassinos que a traiu, e se por ventura esta premissa não é suficiente para verem o filme, saibam que a mecânica do mesmo é fantástica, e que as personagens são tão diabólicas como fascinantes. É uma película carregada de acção, sendo uma homenagem também ao Cinema Nipónico, e tendo como centro da personagem uma mulher, coisa que na altura era pouco visto neste tipo de papéis.

Escrito igualmente por Tarantino, conta com uma banda sonora mais uma vez de grande nível, assim com o argumento e realização igualmente ímpares. Daqueles filmes que mesmo sabendo que não é uma obra erudita, marca pela sua frenética acção, e pelo o quão divertido é ver essa acção acontecer de uma forma que mistura humor negro com excelentes representações, especialmente de Uma Thurman, uma actriz que adoro. Um dos meus filmes preferidos de sempre, assim como a parte 2, cuja crónica estará disponível amanhã.