terça-feira, 30 de julho de 2019

Death Proof (2007)

Muito simples, e muito bem feito. Quentin Tarantino juntamente com o produtor Robert Rodriguez, escrevem uma espécie de "road movie", que à partida até poderia ser apenas uma qualquer película série B, mas é bem mais divertido e solto do que à partida se poderia esperar. E é muito bem escrito.

Na verdade, o argumento de duas mulheres separadas que são seguidas em alturas diferentes por um antigo duplo de corridas, que usa o seu carro "à prova de morte" para executar os seus planos assassinos, poderia ser apenas mais uma história vinda de uma mente juvenil que está a começar no mundo do Cinema, e talvez até seja esse o propósito de Tarantino neste filme, voltar a ter essa inocência de quem começa, e se assim for do meu ponto de vista, isto está brilhante de tão hilariante que é. Aliás, o filme ainda conta com um excelente elenco (Kurt Russell, Zoë Bell, Rosario Dawson, etc.) que provavelmente pensaram o mesmo quando leram o argumento.

Pode não ser reconhecido como um grande filme na carreira de Tarantino, mas para mim foi uma lufada de ar fresco na carteira do realizador, que conta igualmente com uma excelente banda sonora, e cenas insanas com carros que fazem inveja a qualquer grande blockbuster com automóveis.



segunda-feira, 29 de julho de 2019

Inglourious Basterds (2009)

Um dos filmes que mais gostei de Quentin Tarantino foi este "Sacanas Sem Lei", cujo argumento assenta sobre um grupo de soldados Americanos de ascendência judaica, que organiza um plano para assassinar chefes Nazis durante a ocupação de França, em plena Segunda Grande Guerra. Tal como todos os argumentos de Tarantino, tudo assenta numa premissa simples com um grande desenvolvimento da personagens que entram na trama.

Brad Pitt como protagonista principal (Lt. Aldo Raine), lidera esse grupo que terá a insana tarefa de levar a cabo o ambicioso plano que poderá decidir o desfecho da Guerra. Eli Roth protagoniza Sgt. Donny Donowitz, o braço direito de Lt. Aldo Raine, mas não é o único actor com uma prestação fantástica. Mélanie Laurent (a mulher de armas Shosanna), Christoph Waltz (Col. Hans Landa), Michael Fassbender (Lt. Archie Hicox), e Diane Kruger (Bridget von Hammersmark), têm também excelentes prestações que agarram o espectador deste o primeiro momento em que se toma contacto com a personagem.

Escrito também por Quentin Tarantino, é mas uma brilhante obra de Cinema de quem já não tem nada a provar na sua arte. Apenas brindar-nos com o génio de quem num mundo cinematográfico cada vez com mais efeitos especiais e ecrãs verdes (não tenho nada contra, é apenas uma observação), consegue desenvolver uma grande história sobre Guerra, com aventura e drama, e uma visão única que emana excelência.



domingo, 28 de julho de 2019

Blade Runner (1982)

Em jeito de homenagem a Rutger Hauer que nos deixou durante a semana, deixo aqui a crónica a uns dos melhores filmes dos anos 80, com uma abordagem arrojada e futurista a uma história que acontece exactamente no futuro, que conta também com Harrison Ford, e foi dirigida pelo não menos mítico Ridley Scott.

A trama roda em torno de um "Blade Runner", que tem que perseguir e eliminar quatro réplicas que roubaram uma nave no espaço, e regressaram à Terra para encontrar o seu criador. Parece um comum filme de ficção científica, mas é muito mais do que isso. É uma viagem até a confrontos emocionais, numa época apocalíptica em que tudo parece vergado à vontade do Homem dominante, e em que as máquinas, ou seres artificiais, começam a descobrir o que é isto da Humanidade, e o confronto essa aprendizagem com os "humanos" é a alma deste filme escrito por Hampton Fancher e David Webb Peoples.

Nomeado para 2 Oscares e com uma banda sonora assinada por Vangelis, este filme é um dos grandes marcos da carreira dos actores Harrison Ford, e de Rutger Hauer, sendo que Ridley Scott revela neste filme porque é um realizador com uma visão bastante diferente do comum, e que esta nova aposta que se viria a tornar um clássico, é um filme obrigatório para quem adora ficção científica.



domingo, 7 de julho de 2019

Spider-Man: Far from Home (2019)

Na ressaca do colossal "Avengers: Endgame", e depois da primeira incursão a solo em "Homecoming" desta versão mais adolescente do Spider Man, eis que chega "Far From Home", o filme que inicia a fase 4 da MCU. Realizado por Jon Watts, e escrito por Chris McKenna, Tom Holland (que interpreta de forma brilhante o seu Spider Man) conta ainda com as excelentes interpretações de Samuel L. Jackson (Nick Fury), Jake Gyllenhaal (Mysterio), Marisa Tomei (May Parker), Zendaya (MJ), e Jacob Batalon (Ned).

É uma viagem totalmente louca, de dimensões tão suaves como perigosas, com um argumento bastante eficaz e coeso o suficiente, para que o espectador nunca tenha um único momento de tentação em tirar os olhos do ecrã. Uma mistura frenética de brilhantes efeitos visuais e relações adolescentes, com uma banda sonora incrível, que assenta que nem uma luva em todos os momentos do filme. Peter Parker ainda a tentar encontrar o seu lugar neste universo, terá que tomar algumas das maiores decisões da sua vida, sendo que a tremenda adrenalina provocada pelas voltas que o filme dá, é de uma vertiginosa insanidade própria de uma viagem, que só neste momento a Marvel Studios consegue proporcionar.

Este filme é o pé na porta de Tom Holland como Spider-Man, ao nível das melhores interpretações de sempre do herói, que ainda brinda o espectador com deliciosos momentos de comédia, e um estilo muito próprio de representar esta icónica personagem.  Realço apenas mais uma última coisa: tenho realmente pena de quem saiu da sala, e não ficou para ver as cenas pós-créditos. Que loucura. É um sacrilégio não ficar mesmo até ao final do filme, para se perceber tudo aquilo que acabou de acontecer. E vale bem a pena!

Obrigado Stan Lee e Steve Ditko.



quinta-feira, 4 de julho de 2019

Yesterday (2019)

Solto, fresco, divertido à brava, e cheio de momentos geniais quer em termos de actuação, quer em termos musicais. É muito disto do que é feita esta comédia musical "Yesterday", realizada por Danny Boyle, com argumento de Jack Barth. Na verdade a história é tremendamente simples, e ao mesmo tempo tem uma dose de loucura colossal: e se um dia acordássemos num mundo em que ninguém conhece-se a música dos "The Beatles", senão nós?

Pois é... foi isso que aconteceu a Jack Malik, interpretado por Himesh Patel, um músico sem reconhecimento que um dia acorda numa época em que ninguém conhece a música da banda de Liverpool, senão ele. Insano não? Mas é profundamente divertido. Todo o choque de realidade neste filme tem tanto de divertido como de vertiginoso, em que as peripécias se misturam com o sucesso, e todo um alucinante mundo novo que Jack vai desbravar ao som das canções dos "The Beatles". 

Contado igualmente com uma prestação notável de Lily James (que interpreta Ellie Appleton no filme), é uma comédia musical vinda do Reino Unido que tem fantasia, mas também muito do sentimento muito real do que é passar-se do 8 ao 80, num ápice incrível de bons momentos, inseguranças deliciosos, e momentos tão dramáticos quando divertidos. Provavelmente, será a comédia do ano.




quarta-feira, 3 de julho de 2019

Annabelle Comes Home (2019)

Depois do tenebroso spin-off "The Nun", o demónio do segundo filme da saga da saga "The Conjuring", eis que chega a terceira sequela da boneca maldita que iniciou este franchise, e que veio retomar a credibilidade à própria personagem depois de um segundo filme "Annabelle Creation", que ficou aquém das expectativas. Nunca fui muito de falar de filmes de terror, até porque embora seja fã, não me sinto muito à vontade para escrever uma crónica sobre um filme do género na verdade, e se o fizesse, teria que gostar muito do filme.

Para todos aqueles que estão familiarizados com os anteriores capítulos, este filme é daquele tipo de história que vai explorar as poucas partes que ficaram por explorar do espírito que habita a boneca mais diabólica que à memória, sendo que a trama tem toda uma outra dimensão por se passar em casa da família Warren, que não estando em casa, deixa ao cuidado da sua filha uma babysitter que não resiste à tentação de entrar na cave onde tudo pode acontecer, de errado claro está. Para os outros, sentem-se bem, respirem fundo, e agarrem-se à cadeira. 

Escrito por James Wan (realizador dos primeiros 2 capítulos da saga "The Conjuring", e produtor de "The Nun"), este filme com assinatura na realização de Gary Dauberman é um "dejá-vu" da primeira película da saga "Annabelle" (e "The Conjuring igualmente), com notáveis pormenores que vão manter a atenção do espectador sempre no ecrã, com o típico efeito "jump-scare" que não se resume a ser seco, pois aqui existe muito mais para mostrar do que à partida, poderíamos pensar. Uma casa de horrores que entretém com efeitos eficazes.