quarta-feira, 26 de junho de 2019

Se7en (1995)

Tão simples, tão bom. Um detective experiente, e um detective recém chegado à profissão, perseguem um assassino que usa os sete pecados mortais nos seus crimes. E porque é que um filme com uma premissa tão simples, realizado por David Fincher, com um argumento escrito por Andrew Kevin Walker é tão soberbo?

A verdade é que é difícil de explicar toda a química que existe entre Morgan Freeman, Brad Pitt, e Kevin Spacey com esta história que tem tanto de fascinante como de tenebrosa. Embora tenha arrebatado prémios uns atrás dos outros em variadíssimos festival, por incrível que pareça um dos melhores thrillers policiais de sempre apenas teve uma nomeação para "Melhor Edição".

É tão complexo e tão intrínseco, que chega a ser quase um crime por si só piscar o olho durante este filme que está cheio de pormenores deliciosos de realização e de trabalho de actor. Só grandes actores podem transformar uma simples ideia em algo digno de reconhecimento, e este filme é o perfeito exemplo disso.



terça-feira, 25 de junho de 2019

Walk The Line (2005)

Este musical em jeito de crónica da vida do artista country Johnny Cash, é uma biografia da vida do mesmo, que vai para além da sua música, entrando pela vida pessoal do artista, das suas virtudes e também dos seus vícios, desde a infância até boa parte da sua vida adulta, em que já era um artista consagrado com uma das maiores lendas da música "folk" dos Estados Unidos.

Joaquim Phoenix teve a coragem de representar o artista no grande ecrã, com o carisma que se impunha e que é reconhecido na sua interpretação, sendo que a seu lado teve também uma excelente prestação de Reese Witherspoon (June Carter), que venceu o Oscar para Melhor Actriz Principal, e é à volta da interacção destas duas personagens que reside a grande alma do filme, e em que existem os momentos mais marcantes do mesmo. Aliada sempre à fantástica música do artista, este filme realizado e escrito por James Mangold (com a ajuda de Gill Dennis na escrita do argumento) foi baseado no livro que o próprio Johnny Cash escreveu, sendo que este filme foi altamente aclamado pela crítica, sendo que recebeu inúmeros prémios, entre outras nomeações para os Oscares.

Este filme é um marco não só nos filmes biográficos, mas também é um dos melhores musicais que podem ser vistos, e que bom que é este filme sobre aquele que é considerado o melhor escritor de canções de todos os tempos, que não sendo um músico virtuoso, e tendo uma vida pessoal extremamente atribulada, foi sem dúvida uma das mais influentes figuras de uma América profunda, e que se veio a tornar um ícone não só no seu género, mas na música em geral. Brilhante.



segunda-feira, 24 de junho de 2019

Batman Returns (1992)

O melhor Batman dos anos 90, sendo que depois deste filme, o Natal nunca mais foi o mesmo. Depois do icónico estrondo de bilheteira que foi a primeira incursão do Cavaleiro das Trevas no cinema ainda nos anos 80, 3 anos depois Tim Burton volta a realizar a segunda aventura de Batman (e última), com Michael Keaton no papel do super herói mais negro da DC Comics.

Mas o elenco conta também com outras pérolas representação da época como Danny DeVito (Penguim), a maravilhosa Michelle Pfeiffer (Catwoman, e a que mais gostei até hoje), e Christopher Walken entre outros. Desta vez a aventura é muito mais centrada no desenvolvimento das personagens, e da relação entre elas, sendo que em alguns pontos do filme, percebe-se claramente que o tom soturno da história tem fielmente aquilo que está imprimido nas bandas desenhadas do personagem criado por Bob Kane, e algo que foi muito bem adaptado pela genialidade de Tim Burton (que também entrou na produção).

Até hoje, nunca vi um filme do Batman tão coeso e bem adaptado como este, sendo que a profundidade da banda sonora criada novamente por Danny Elfman, também ajuda bastante aos tons que o filme tem, e a toda a acção que tem picos de adrenalina fantásticos, e diálogos absolutamente geniais. Tudo neste filme em termos de argumento escrito por Daniel Waters e Sam Hamm é um exemplo para qualquer guião de cinema deste género, e é sempre com prazer que volto a rever esta obra prima.



quinta-feira, 20 de junho de 2019

Batman (1989)

Fez ontem 30 anos que foi lançado nos Estados Unidoso primeiro filme do herói mais negro da DC Comics, Batman, que vinha com chancela de Tim Burton na realização, e uma enorme expectativa por parte do público que ansiava à muito por uma aventura do Cavaleiro Negro de Gotham City no grande ecrã, não só fãs de bandas desenhadas, como amantes de cinema no geral.

Do outro lado do Atlântico, chegavam críticas incríveis ao filme, e eu lembro que na altura foi dos primeiros filmes a que assisti, sendo que talvez a minha paixão por cinema e histórias de super heróis tenha começado exactamente com este filme, que conta com uma história brilhante escrita por Sam Hamm e Warren Skaaren. Michael Keaton foi o primeiro Batman com quem tive contacto, e Jack Nicholson o primeiro Joker (e que brilhante ele está neste filme) que vi na vida, e o filme para os meios disponíveis na altura era absolutamente soberbo, sendo que ainda é considerado hoje em dia, uma das melhores adaptações de comics de sempre, não esquecendo a lindíssima Kim Basinger no papel de Vicki Vale. Danny Elfman escreveu também (mais uma vez) uma brilhante banda sonora para este filme, que tem todos os elementos que os fãs da personagem tanto queriam ver (quem é que não saltou de alegria ao ver o Batmobile adaptado na perfeição pela primeira vez?).

Porquê é que este filme é tão importante? Porque é a génese de um tipo de cinema que poucos arriscavam fazer na altura, sem todos os meios que seriam necessários para desenvolver uma obra deste género. Porque foi uma lufada de ar fresco no género de aventura / acção, que trouxe tonalidades mais sombrias a um mundo em que se pensava ser apenas para garotos verem, e provou que seria com asas de morcego, e sobre a luz do "Bat-signal",  que uma nova era que se viria a desenvolver nos anos 90 estava a aparecer. Sem um carrossel de piadas, com um argumento firme, e uma nostalgia própria que viria a ganhar com o tempo, o primeiro Batman de Tim Burton é na minha opinião um dos melhores filmes de sempre, e pedra basilar no desenvolvimento da minha paixão pela sétima arte, pela música, e pelas bandas desenhadas. Tinha 10 anos de idade.



sexta-feira, 7 de junho de 2019

X-Men: Dark Phoenix (2019)

O capítulo final dos X-Men, pelo menos debaixo da alçada da FOX, poderá eventualmente dividir o público entre aqueles que querem a espectacularidade de um filme roleta russa como a Marvel Studios tem oferecido nos últimos anos (com brilhantes resultados admitamos), e entre o público que procura um universo alternativo de mutantes que mesmo sendo da Marvel, estão atirados para um outro tipo de trama um pouco menos carrossel, e talvez mais maduro digamos assim. No fundo, isto é o canto do cisne de um franchise que na minha opinião teve altos e baixos. Fraco? Jamais. Melancólico? Talvez.

Simon Kinberg o realizador, partilhou também a escrita do argumento com John Byrne, Chris Claremont, e Dave Cockrum, que estiveram por dentro de uma das melhores bandas desenhadas de sempre (The Dark Phoenix Saga), que serviu de base para este filme, que saiu com algum tempo de atraso, e talvez por isso se note algum trabalho de montagem forçado aqui e acolá, mas que em algum momento ficamos com a sensação de que está algo a mais. Possivelmente depois do filme, ficaremos com a sensação que talvez esteja a menos. Boa parte do elenco de "X-Men: Apocalypse"está de volta: James McAvoy (Professor X), Michael Fassbender (Magneto), Jennifer Lawrence (Mystique), Nicholas Hoult (Beast), Sophie Turner (Jean Grey), Tye Sheridan (Cyclops), Alexandra Shipp (Storm), e Evan Peters (Quicksilver) por exemplo são os protagonistas principais de uma das mais apaixonantes histórias deste universo, quando Jean Grey começa a desenvolver os seus temíveis poderes, que a tornam a entidade Fénix Negra (um pouco como já tínhamos visto no X-Men: The Last Stand). E é neste ponto que o filme se desenvolve, talvez um pouco depressa demais, mas mesmo assim, o suficiente para que os fãs de X-Men gostem do filme. Os outros não sei.

Em resumo, prevejo que seja um filme que agrade a uns, e outros possivelmente vão achar tempo perdido (a Internet já é quase uma espécie de muro das lamentações para comunidades tóxicas que não entendem este tipo de filmes), mas sinceramente, só quero que depois do filme terminar a sua ronda pelos cinemas, puder voltar a vê-lo novamente no conforto do meu lar em Blu-ray, e desfrutar do facto de puder estar vivo para ver isto, porque gostei muito! Com certeza que o Stan Lee também faria o mesmo se pudesse.

X-Men: Dark Phoenix on IMDB




quarta-feira, 5 de junho de 2019

Logan (2017)

Depois de 2 capítulos dedicados ao Wolverine, o "X-Men" mais popular, capítulos esses que deixaram uma leve sombra de que esta trilogia já é mais espremer a laranja até dar do que outra coisa qualquer, finalmente ao terceiro filme, aparece uma história digna do carácter duro e feroz de uma personagem como Wolverine.

Logan, que se impunha ser rated-R, é exactamente isso: um filme visceral, duro no seu âmbago, mas com pontos deliciosos que nos vai fazer ficar colados à cadeira até ao fim do filme, e vibrar com o mesmo. E o mais extraordinário disto, e que os efeitos especiais são poucos em comparação com os filmes do género, sendo que esta história vive muito do desempenho e entrega dos actores, desempenho esse fenomenal. James Mangold entrega o filme de Wolverine que a personagem merecia, com Hugh Jackman (Logan), Patrick Stewart (Professor X), e Dafne Keen (X-23), a serem o corpo e a alma de um filme com grandes momentos, momentos esses que valeram uma nomeação para Melhor Argumento nos Oscares de 2018, a primeira nomeação para um filme da Marvel, algo que foi verdadeiramente histórico. Não foi vencedor, mas fartou-se de arrecadar outros prémios também importantes, em outros festivais de cinema, que reconheceram esta grande película.

Logan é a despedida que se impunha, é um marco na carreira da Marvel (ainda que licenciada pela FOX à altura desta crónica), e é sem dúvida um dos melhores filmes de sempre baseado numa personagem das bandas desenhadas, para uns arte, para outros nem por isso. Para mim pessoalmente, isto é do melhor que o cinema pode fazer de forma equilibrada, longe do mundo chato e pseudo-intelectual, para o qual por vezes alguns querem atirar o cinema. O cinema é muito mais do que isso senhores e senhoras, e a Marvel vai prová-lo nos anos que se vão seguir.



terça-feira, 4 de junho de 2019

X-Men: Apocalypse (2016)

Quando soube que iriam fazer uma filme sobre o primeiro mutante da história, o "Apocalypse", vislumbra-se algo bastante ambicioso para este projecto, e possivelmente algo também nunca dantes visto no universo dos X-Men. Nos anos 80, os ainda companheiros Professor X e Magneto terão a titânica tarefa de derrotar En Sabah Nur, o ancião mutante que pretende subjugar o mundo a seus pés, sendo que Bryan Singer (que também participou na escrita do argumento) foi chamado de novo para realizar este filme, ele que realizou outros capítulos deste universo da Marvel.

O elenco de luxo é logo uma várias vitórias deste filme, que conta com boa parte dos principais actores de "X-Men: First Class", e junta a esta salada Oscar Isaac (Apocalypse), Evan Peters (Quicksilver), Sophie Turner (Jean Grey), Tye Sheridan (Cyclops), Alexandra Shipp (Storm), e Olivia Munn (Psylocke). Uma das suas outras vitórias é a história que não fica presa em nenhum momento, e que fluí bastante bem durante as suas duas horas e 25 minutos de filme. Aliás, este argumento está bastante próximo daquilo que se pode encontrar nos "comics" da personagem central do filme, En Sabah Nur / Apocalypse. Os efeitos especiais são também do melhor já visto num filme de X-Men, e são também a prova da grandeza deste filme.

Pode não ser recebido como um grande filme, ou até puder eventualmente não entusiasmar alguns fãs de X-Men, mas pelo menos para mim, posso dizer que é uma excelente viagem ao passado mais trágico dos mutantes, e é daquelas histórias que é tremendamente influente em todo este universo alternativo que Stan Lee e Jack Kirby criaram.



segunda-feira, 3 de junho de 2019

X-Men: First Class (2011)

Finda a trilogia inicial, era altura de explorar outros tempos e outras aventuras destas personagens, sendo que a profundidade deste universo de mutantes é gigantesca, e achei uma excelente ideia explorar as origens destes outros heróis da Marvel, em que Stan Lee também teve o seu cunho.

Nos anos 60, Charles Xavier e Erik Lensherr tiveram a ideia de trabalhar juntos para erguer e integrar na sociedade, todos aqueles que nasceram com habilidades e dons, que os distinguia dos demais seres normais (denominados mutantes), ostracizados época após época desde a história dos tempos. Nesta aliança que à partida tinha tudo para dar certo, começa-se a notar as grandes diferentes de visão de ambos, e daquilo que cada um dos icónicos mestres querem para a sociedade mutante, e desta diferença vêm ao cima as emoções de cada um dos intervenientes desta magnífica história, escrita por uma equipa constituída por Ashley Miller, Zack Stentz, Jane Goldman e Matthew Vaughn (que realizou o filme), história esse que agarra qualquer fã deste universo, e mesmo aqueles que nunca leram uma banda desenhada de X-Men, vão gostar desta aventura que mistura um instinto de sobrevivência com convicções pessoais, distribuídas equilibradamente por cada uma das personagens.

Com um elenco que conta com James McAvoy (Professor X), Michael Fassbender (Magneto), Jennifer Lawrence (Mystique), January Jones (Emma Frost), e Nicholas Hoult (Beast), Jason Flemyng (Azazel), e Zoë Kravitz (Angel Salvadore) entre outros, é um filme que uma excelente viagem ao passado que desencadeou na verdade a anterior trilogia, e pelo menos para mim, é um excelente filme.



sábado, 1 de junho de 2019

Wonder Woman (2017)

A adaptação de Wonder Woman ao grande ecrã era sem dúvida algo que os fãs da DC Comics queriam à muito, e quando Gal Gadot foi escolhida para o papel, muito se falou se ela conseguiria ou não, dar o que seria necessário para este papel tão exigente e com tanta projecção e influência por esse mundo fora, mas acho que na verdade, o papel dela no filme e a película por si só, apenas emanam grandeza.

É sem dúvida o melhor filme que a DCEU conseguiu realizar, fiel à história das "BD's", cujo argumento apesar de ser o esperado por mim, foi tremendamente bem adaptado, tendo todos os elementos que fazem desta personagem algo tão especial, com Gal Gadot a fazer um papelão digno dos deuses da 7ª arte, sendo que toda a história flui de uma forma incrível até ao fim, e quando damos por isso perguntamos: "já estamos nos créditos?! Mas só passaram 2 horas e 20 minutos!". A surpresa de um outro filme de super heróis foi a confirmação deste, sendo que Petty Jenkins conseguiu realizar um filme brilhante com um bom leque de actores que conta também com Chris Pine e Connie Nielsen.

Eis um exemplo de um filme que inspira coragem, poder, e muita crença naquilo de que extraordinário as mulheres conseguem ser, sem feminismos arrastados no sensacionalismo, e com uma imensa alma que transborda algo épico e agradável, num contexto histórico difícil, e que apela ao nosso lado de superação, e também ao nosso lado mais humano. Que maravilha de filme.