quarta-feira, 25 de setembro de 2019

House of 1000 Corpses (2003)

Após o desaparecimento de Sid Haig durante esta semana, decidi recordar um dos filmes de terror em que ele participou, sobre o comando do realizador / argumentista / músico Rob Zombie, um artista que admiro imenso. Na verdade, este filme vai muito para além do simples estilo gore que Rob Zombie empregou em alguns dos seus filmes de terror, e é sadicamente divertido assistir a este desenrolar de acontecimentos.

Como referi, não é o típico filme gore, pois tem diálogos que vão buscar muito humor negro, e um pouco daquela América profunda e desértica em que a Lei da sobrevivência por vezes, é a Lei. E é isto mesmo que este filme é: uma história de sobrevivência de dois jovens casais que ao parar numa casa durante a sua viagem pelo Texas, se vêm prisioneiros de uma bizarra família se assassinos em série.

Acontecem coisas macabras e profundamente chocantes, neste mordaz e divertido (de forma doentia) filme que conta com as interpretações de Sid Haig (o eterno palhaço Captain Spaulding), Karen Black (Mother Firefly), Bill Moseley (Otis), e Sheri Moon Zombie (Baby Firefly). Foi o primeiro filme de Rob Zombie a que assisti, e não sendo extraordinário, é bem bom como está.



terça-feira, 24 de setembro de 2019

The Wolf of Wall Street (2013)

Este brilhante filme de Martin Scorcese foi dos mais aclamados da sua já longa carreira, mas elogios a este filme nunca são demais. Este argumento escrito por Terence Winter, foi baseado na história real de Jordan Belfort (e no livro escrito pelo próprio), um antigo banqueiro de Wall Street, e de como ele começou a sua aventura na banca e nos negócios ligados à mesma.

É uma história sobre enriquecimento a pulso e corrupção, sobre como a Banca funciona e comanda governos, entre outros agentes de poder, e de como isso afecta a nossa vida pessoal, e não só. Durante as bem passadas 3 horas de filme, todas as personagens respiram muito bem todo o argumento desenvolvido, a história flui de uma maneira incrível, dando ao espectador todos os momentos necessários para se compreender esta trama (e porque não esta profissão), numa época em que cada vez mais se procura saber como os agentes do dinheiro trabalham, e como manipulam a sociedade.

Altamente aclamado, tem em Leonardo DiCaprio (Jordan Belfort), e Margot Robbie (Naomi Lapaglia) as duas principais figuras de um elenco espectacular, e que dão todo um novo estímulo a esta história, de modo a servi-la ao espectador como poucos sabem. Nomeado para 5 Oscares, fica uma certa mágoa por não ter vencido nenhum, embora tenha varrido outros prémios em variadíssimos festivais de Cinema por esse globo fora. Uma obra quase obrigatória para qualquer amante de Cinema, e de uma boa história que nos fará ver o mundo, principalmente o mundo da Banca, com outros olhos.



segunda-feira, 23 de setembro de 2019

Z for Zachariah (2015)

Após um enorme apocalipse que dizimou toda a Humanidade, dois homens e uma jovem destemida, encontram-se num estranho triângulo emocional que os vai levar a testarem-se como seres humanos, que vai levar a racionalidade ao limite, e que por ventura sentimentos de outra natureza podem aparecer devido a isso.

Neste filme arrojado realizado por Craig Zobel, e escrito por Nissar Modi, o instinto de sobrevivência confunde-se com a relação que estas personagens vão tendo ao longo do filme, sendo que o mesmo apenas conta com 3 actores: Chiwetel Ejiofor (John Loomis), Chris Pine (Caleb), e Margot Robbie (Ann Burden), que mais uma vez consegue uma excelente interpretação, num dos primeiros papéis de destaque que teve depois de "The Wolf of Wall Street".

Que as personagens tenham conhecimento, não sabem se mais alguém estará vivo depois da grande catástrofe, o que concede a este drama um toque de thriller interessante, e que sem dúvida manterá o espectador agarrado à película.




domingo, 22 de setembro de 2019

Focus (2015)

Antes de Suicide Squad, Margot Robbie e Will Smith já tinham trabalhado juntos neste brilhante "Focus", um filme sobre um carteirista que vive à custa dos seus roubos, e que se apaixonada por uma mulher que mais tarde, se veio ela a tornar também uma vilã na mesma arte.

Destaque para um argumento que à partida parece vulgar, mas é tudo mesmo isso. Escrito por Glenn Ficarra e John Requa, dupla que igualmente realizou este filme, é uma história sobre de como o passado nos assombra, volta aos nossos dias, e de como relações intríssecas podem moldar a nossa vida para sempre.

Pouco mais há a dizer sobre este filme que passou despercebido na carreira de ambos os actores, mas que na minha opinião, é um dos melhores filmes da carreira de cada um deles: ousado, íntimo, e acima de tudo, um drama que tem crime e comédia servida em doses perfeitamente equilibradas.



terça-feira, 17 de setembro de 2019

Whiskey Tango Foxtrot (2016)

Nesta película realizada pela dupla Glenn Ficarra e John Requa, mostra-se o outro lado de uma jornalista que é enviada para um cenário de guerra, e os relatos daquilo que encontrou enquanto estava a cobrir a catástrofe que estava a acontecer no Afeganistão.

Com um elenco que conta com Tina Fey (Kim Baker), Margot Robbie (Tanya Vanderpoel), e Martin Freeman (Iain MacKelpie), que interpretam também eles jornalistas que estão no cenário de guerra a cobrir o acontecimento para outras cadeias, este filme mostra uma dura realidade sendo que existe também neste argumento escrito por Robert Carlock, espaço para algumas peripécias, e alguma biografia.

É um dos filmes menos conhecidos dos actores que mencionei, mas é um excelente registo da capacidade de todos, tendo em conta que este argumento, não sendo perfeito, dá ao espectador a ideia do que um jornalista pode encontrar neste tipo de cenários.



segunda-feira, 16 de setembro de 2019

The Legend of Tarzan (2016)

Nesta nova recreação de um dos personagens mais icónicos da história do Cinema, Tarzan, apresenta-se maduro, selvagem, íntegro, e acima de tudo com um bom guião a segurar um filme com vários pontos altos, guião esse que guia não só um excelente leque de actores, como também proporciona uma nova visão sobre este personagem.

Desta vez Tarzan, já parcialmente adaptado à agitada Londres, é chamado de volta à sua terra natal na selva, para investigar uma série de actividades estranhas nas minas. A trama desenrola-se muito bem, num claro choque entre dois mundos, e que leva Tarzan às suas raízes que o levam a encontrar-se como indivíduo. Na verdade, é um emocionante e heróico chamamento da terra, realizado por David Yates, e escrito por Adam Cozad e Craig Brewer.

Rematando com o elenco que conta com Alexander Skarsgård (John Clayton / Tarzan), Christoph Waltz (Leon Rom), Samuel L. Jackson (George Washington Williams), e uma brilhante Margot Robbie (Jane Clayton) que dá todo um toque subtil de pura entrega na sua actuação, é um filme que não é mais um blockbuster com uma personagem conhecida de todos para vender um guião ameno. É uma lição de vida de como dois mundos totalmente distintos podem ser tão semelhantes em inúmeras situações, e de como as lendas realmente se fazem. De gente de carne e osso.



domingo, 15 de setembro de 2019

Suicide Squad (2016)

E se os vilões se juntassem todos numa antítese do que acontece normalmente neste género de filmes? Pois bem, este é o ponto de partida para um dos mais disfuncionais grupos das bandas desenhadas, mais conhecido como o Esquadrão Suicida, que executa as missões que basicamente são exactamente isso: suicidas.

A simples mas eficaz história deste grupo de super vilões que de repente se vêm obrigados a trabalhar juntos, começa quando uma ameaça de proporções apocalípticas está prestes a dizimar o mundo, e eis que a ARGUS, uma organização secreta de segurança, os recruta para tratar essa ameaça. Tudo muito simples, muito directo, e condensado num filme realizado por David Ayer, que também escreveu o argumento do mesmo. É contudo no elenco que o filme tem a sua maior valia: Will Smith faz um incrível Deadshot, Margot Robbie catapulta da vilã Harley Quinn para pícaros de popularidade nunca dantes atingidos pela personagem, sendo que Cara Delevingne (June Moone / Enchantress), Karen Fukuhara (Katana), Jay Hernandez (Diablo), e Jai Courtney (Captain Boomerang) complementam bem um elenco que contém muitas outras surpresas.

Solto, com algum humor negro, e influências q.b. vindas dos comics, é uma aventura de um grupo que terá uma segunda oportunidade na vida, não tendo seguramente uma segunda vida. Curiosamente, é um filme que foi muito atacado pela crítica e por algum público, silenciados ambos quando venceu ainda que numa categoria com pouca visibilidade, o Oscar para Melhor Estilo e Maquilhagem. E com isto quero dizer que há coisas que por si só, são boas à sua maneira, e que desdenhar nisso é um gasto fútil de energia e tempo. Resta-me dizer que a versão com cenas cortadas do filme, é obrigatória para fãs da Harley Quinn.



segunda-feira, 9 de setembro de 2019

The Nun (2018)

O spin-off mais aguardado do universo "The Conjuring", a saga de filmes de horror que mais me tem fascinado (e assustado) nos últimos anos, é na verdade, muito mais do que apenas bom entretenimento. Vamos por partes. O conceito em si talvez não seja o mais original, mas é devido ao facto de ter o dedo de James Wan, que isto se torna logo à partida uma coisa interessante, também devido aos planos de câmara, pormenores subtis, e narrativa coesa e simples, que tornam toda a atmosfera vivida ao longo do filme uma experiência que qualquer amante de filmes de terror, como eu, vai gostar.

Fazer cinema de horror, é muito mais difícil do que parece, pois há medida que o tempo vai avançando, os conceitos mais simples por vezes perdem-se durante o desenvolvimento do filme, o que não acontece com este em comparação com outros filmes de horror mais recentes. "The Nun" recupera muitos conceitos simples de outrora, coisas que nós amantes de cinema de terror gostamos, como jogar com as sombras, potencializar o som com outros elementos externos a efeitos sonoros, não inundar a tela de sangue desnecessariamente, e deixar pouco espaço para luz no cenário aparte de alguns pontos, o que só por si, faz com que o trabalho de câmara desta equipa tenha sido um autêntico inferno, e tudo isto aliado a um ambiente de cortar a respiração, profundamente sinistro, e sem aquela violência gratuita típica do gore, faz com que este filme não seja uma experiência em vão.

Em suma, é o filme de terror que nos tem sido prometido desde o "The Conjuring 2", e tardou em chegar. Vejam por vossa conta e risco, mas não estejam à espera de ficar indiferentes, quer seja à atmosfera negra e profundamente claustrofóbica do filme, quer seja ao facto de continuarmos a assistir no univerno "The Conjuring", ao melhor que o cinema de terror tem para nos oferecer desde à alguns anos para cá.




sexta-feira, 6 de setembro de 2019

It Chapter Two (2019)

Dois anos separam o primeiro capítulo do segundo, mas a história deste término da saga do palhaço Pennywise começa 27 anos depois do chamado "The Losers Club", o grupo de jovens que no primeiro filme decidiu enfrentar esta terrível criatura, voltarem a juntarem-se na mesma cidade, depois de se terem separado devido a circunstâncias da vida.

Neste segundo filme realizado novamente por Andy Muschietti, mas que desta vez contou com argumento de Gary Dauberman, aparece um elenco muito mais bem oleado e maduro para elevar toda a trama a um nível mais refinado. Faltando em comparação com o primeiro a inocência dos jovens, que conferia um outro charme ao primeiro filme, sendo que neste o triunfante elenco composto por Jessica Chastain (Beverly Marsh), James McAvoy (Bill Denbrough), e Bill Hader (Richie Tozier) por exemplo, testam não só as capacidades do realizador em entregar algo que seja verdadeiramente assustador, como testa as capacidades de Bill Skarsgård como um fantástico Pennywise, que aparece vil, corrosivo, e amorfo, numa verdadeira ode à obra de Stephen King.

"It Chapter Two" é um robusto blockbuster de terror, com inevitáveis "jump-scares", e que trata das suas duas 2 horas e 49 minutos de duração de forma satisfatória, oferecendo uma experiência que atinge o sistema nervoso do espectador nos pontos certos, e em doses certas, o que por vezes nem sempre acontece quando se fala deste género de Cinema. Felizmente que não é o caso aqui. Podem soltar os balões, e rirem-se ou amedrontaram-se, como preferirem.



domingo, 1 de setembro de 2019

It (2017)

Este remake inspirado no livro de Stephen King "A Coisa", um dos grandes clássicos da literatura de horror, é um produto bem conseguido que mesmo não tendo a mesma eficácia do livro, vale pelo suspense que consegue imprimir a cada momento, desde o início do filme até ao seu final.

No verão de 1989, este grupo de miúdos da pequena cidade do interior, Derry, que sofriam de bullying decidiram juntaram-se para fazer frente e destruir, um palhaço que se conseguia moldar em várias formas, e cujos disfarces são grande parte da alma deste filme, e é o que o distingue na verdade de todos os outros do género, essa mesma capacidade amorfa de poder aparecer em qualquer lado, sobre qualquer forma.

Realizado por Andy Muschietti, tem um argumento eficaz que nos guia por entre pormenores e efeitos visuais bem conseguidos, montagens surpreendentes, e um Bill Skarsgård no papel de palhaço Pennywise bem enquadrado com a sua personagem. Um futuro clássico. Na semana em que estreia a continuação, e término da historia deste "It", "It 2", decidi rever este filme, e recuperar esta crónica, filme este que para mim foi um dos poucos remakes que realmente me fizeram saltar da cadeira.