segunda-feira, 28 de outubro de 2019

The Nightmare Before Christmas (1993)

Este filme de animação abriu-me as portas ao estranho e intrigante mundo criado por Tim Burton, numa altura em que ainda extremamente jovem, estava a descobrir o que era o Cinema. Esta delirante história que alia fantasia a um soturno mas alegre lugar em que todas as criaturas mortas "vivem", conta a história de Jack, o Rei das Abóboras, na sua atribulada descoberta da Cidade do Natal, sendo que este vem de um outro lugar chamado a Terra do Halloween.

A doce confusão, e a ingénua mas curiosa demanda de Jack, é algo que alia comédia a uma tragédia de proporções inesperadas e divertidas, sendo que a animação revolucionária para a época espanta pela sua qualidade, que aliada um excelente argumento escrito por Tim Burton (na minha opinião, o melhor argumento escrito por ele), juntamente com Michael McDowell, e Caroline Thompson demonstra que durante a sua hora e 16 minutos, esta bizarra animação fluiu de forma perfeita, e arrepia igualmente de forma leve mas eficaz, lançando um feitiço sobre o espectador, muito também graças à perfeita banda sonora criada por Danny Elfman, que não cria só um ambiente para as cenas, mas deixa as personagens crescer, e ter o seu próprio momento musical num filme cheio de excelente canções.

Realizado por Henry Selick, e nomeado para os Oscares (categoria de Melhores Efeitos Visuais), é um filme que se tornou um culto dentro do género, e que aquando da celebração dos seus 25 anos de lançamento em 2018, voltou a verificar-se o impacto desta história afecto ao Cinema da Disney, e não só. Na minha opinião, é o melhor filme de animação que já vi, com a particularidade de ser óptimo para ver no Halloween, ou até mesmo no Natal, e que talvez daqui por 25 anos continuará um marco na história dos filmes de animação.



domingo, 27 de outubro de 2019

Corpse Bride (2005)

Depois de muitos anos afastado das animações, Tim Burton regressou à realização (juntamente com Mike Johnson), e apresenta este Corpse Bride, durante a sua hora e 17 minutos traz de volta muito daquele estranho, sombrio e fascinante mundo que apenas alguém como Tim Burton consegue entregar.

Este argumento escrito por Carlos Grangel, John August, Caroline Thompson, Pamela Pettler, e também pelo próprio Tim Burton, conta-nos a história de uma noiva que foi assassinada no passado, e que apenas voltaria à vida após um noivo efectuar votos de amor eterno. Bom, e a partir daqui o festim de emoções de uma história que é uma homenagem ao ideal de amor para sempre, ganha contornos tão doces como surpreendentes.

Contando com as vozes de Johnny Depp (Victor Van Dort), Helena Bonham Carter (Corpse Bride), Emily Watson (Victoria Everglot), Paul Whitehouse (William Van Dort), e Christopher Lee (Pastor Galswells), este filme que foi nomeado para os Oscares (categoria de Melhor Filme de Animação), tem uma banda sonora fantástica escrita por Danny Elfman, que engrandece ainda mais um conto dramático, com um pouco de humor negro à mistura, que se tornou um dos melhores filmes de animação de sempre.



quinta-feira, 24 de outubro de 2019

Frankenweenie (2012)

Tim Burton é um realizador prolífero em histórias que têm tanto de estranho como de fantástico, e este Frankenweenie não é excepção. Este filme de animação a preto e branco que conta a história de um rapaz que tenta dar vida ao seu cão defunto, após um grave acidente, nesta película em jeito de homenagem a todos os nossos animais de estimação que viverão para sempre em cada um de nós, e que tornaram tantas vezes os dias menos cinzentos.

Escrito pelo mesmo Tim Burton com a ajuda também de Leonard Ripps, este ternurento filme junta drama e humor negro numa mistura de emoções fortes, não estivéssemos a falar do apego que normalmente uma criança tem ao seu animal de estimação. E são as várias peripécias que vão acontecendo que dão tonalidade ao filme, mesmo este sendo a preto e branco.

Nomeado para os Oscares na categoria de Melhor Filme de Animação em 2013, continua a ser um dos melhores filmes do género a que já assisti, que conta com as vozes de Catherine O'Hara (Mrs. Frankenstein), Martin Short (Mr. Frankenstein), Martin Landau (Mr. Rzykruski), Winona Ryder (Elsa Van Helsing ), e Charlie Tahan (Victor Frankenstein).



quarta-feira, 16 de outubro de 2019

Interview With the Vampire (1994)

Se existe uma entrevista de vida tão marcante na história do Cinema, como épica, é sem dúvida a história da vida depois da morte de Louis, um vampiro que nos traz um conto sobre amor, traição, solidão, e fome em tempos longínquos. E não é só no argumento escrito por Anne Rice (baseado na obra da mesma), que este filme ganha toda uma dimensão diferente, que vai bem para além do normal conto de terror, onde encontramos drama, escolhas perturbantes, e até vingança.

Nota-se claramente o afinco de Anne Rice em transcrever da melhor forma, a sua própria obra das páginas dos livros para o grande ecrã, sendo que não podemos esquecer que a realização de Neil Jordan proporciona uma experiência incrível através do passado dramático deste vampiro. O filme não ganha só pelo fascinante argumento, e pelo ambiente absolutamente sedutor do mesmo, mas também vence no elenco reunido cheio de fantásticas interpretações levadas a cabo por Brad Pitt, Tom Cruise, Kirsten Dunst, Antonio Banderas, e Christian Slater.

Nomeado para os Oscares, mas não esquecido por outros grandes festivais de Cinema (ora premiado, ora nomeado), é um filme que sem dúvida marcou os anos 90, que considero um dos melhores contos do género, e cuja negritude do mesmo não encerra a fluidez da narração ao longo desta viagem pela eternidade, em que os vampiros vão de encontro ao que podemos imaginar, dentro das características de cada personagem. Se existe filme que vai ficar mesmo para a eternidade, é esta fascinante entrevista, que para além disso, é um dos melhores filmes de sempre.



terça-feira, 15 de outubro de 2019

Bram Stocker's Dracula (1992)

Um dos filmes ícone dos anos 90, que me fez despertar o gosto não só por Cinema desde jovem, mas igualmente por filmes de Terror, é esta fantástica adaptação do livro de Bram Stocker, Dracula. Muito diferente das normais películas de romance, este filme que partilha ambos os ambientes de um filme de horror, e de um filme romântico, é uma história crepitante de uma das figuras mais tenebrosas e míticas do universo do fantástico, o Conde Drácula, apresentada de uma forma absolutamente brilhante pelo realizador Francis Ford Coppola.

Escrito por James V. Hart, este fascinante argumento apresenta a história do conde da Transilvânia que viaja até Londres para seduzir aquela que acredita ser a reencarnação do seu antigo amor de outra época, e a partir daqui todo o filme ganha uma outra dimensão bem para além daquilo que o comum filme de terror / romance pode conter. Contando com um elenco de luxo composto por Gary Oldman (o melhor Drácula que já vi até hoje), Winona Ryder, Anthony Hopkins, Keanu Reeves, Richard E. Grant, Tom Waits, e Monica Bellucci, é um luxuoso e sedutor conto que gota a gota se vai apoderando do espectador, e que sub-conscientemente o envolve numa penumbra de difícil de resistir, com uma energia própria vinda dos planos e cenários do filme, com os actores a darem muito de si a estas personagens. 

Vencedor de 3 Oscares (Melhor Maquilhagem, Melhores Efeitos, e Melhor Guarda Roupa), entre tantos outros prémios e nomeações, este filme eleva a figura de Drácula a um nível palpável de excelência, exuberante na sua frieza, assim como quente no seu despertar de sentidos no espectador. Um filme intemporal e à falta de melhor descrição, é numa palavra todo ele extraordinário.



sábado, 12 de outubro de 2019

The Crow (1994)

Este ícone cinematográfico dos 90's celebra 25 anos do seu lançamento este ano, e foi sem dúvidas um dos melhores filmes que alguma vez vi. Baseado nas bandas desenhadas por James O'Barr, e com um argumento escrito por David J. Schow, conta uma história de vingança de um jovem que foi ressuscitado após um brutal assassinato, para que essa personagem possa vingar a sua noiva.

O simples argumento tornou-se a plataforma para um filme que atingiu o estatuto de culto, muito devido à interpretação de Brandon Lee, e às influências underground com que o filme foi polvilhado, desde o ambiente sortudo e místico da história, até à banda sonora que catapulta o filme para um outro nível de brilhantismo, que no fundo é romance trágico com uma cavalgante jornada de excelentes diálogos, e agonia constante.

Existe uma beleza tremendamente frágil neste clássico realizado por Alex Proyas, filme cuja personagem tornou-se das mais amaldiçoadas da história do Cinema, e talvez isso ainda tenha dado mais força a esta obra, que respira muito dessa aura negra, mas ao mesmo tempo apaixonante. Um fantástico filme que ganhou alguns prémios, mas que melhor que isso, ganhou sobretudo o reconhecimento do público como uma obra intemporal cheia de estilo, conceito, e violentamente encantadora. Uma visualização nostálgica que é sempre bem vinda.



quinta-feira, 10 de outubro de 2019

The Conjuring 2 (2016)

Confesso que era com alguma expectativa que aguardava este segundo capítulo de The Conjuring, pois acho que neste franchise se encontra aquilo que para mim é a verdadeira essência dos filmes de terror, que durante algum tempo ando por aí perdida. James Wan voltou mais uma vez a realizar o filme, e contou novamente com a dupla Chad Hayes e Carey W. Hayes para escrever este brilhante argumento. Vera Farmiga e Patrick Wilson também voltaram como protagonistas principais desta lição de Cinema de terror.

Segundo capítulo baseado numa história verídica dos investigadores Ed e Lorraine Warren, que desta vez viajam até Londres, em auxílio de uma mãe com 4 filhos, cuja casa está infestada por um espírito paranormal. Muitas mecânicas do primeiro filme estão reflectidas neste segundo, mas com um refinado suspense e tensão ainda mais assustadores e intrigantes, muito também devido às assombrações, e à forma como elas estão dispostas, como aparentam, e para ficar tudo ainda mais negro, a forma como se manifestam.

Continua a ser difícil arranjar palavras para descrever o quão bons são ambos os filmes, e este não fica atrás do primeiro, sendo que espero sinceramente que esta saga se venha a repetir por muitos anos, pois assombrações com este nível de intensidade em filmes de terror são raras nos dias que correm, e o universo The Conjuring tem uma aura maligna muito própria para moldar este género de forma tão natural, que se poderá tornar uma das grandes influências deste género, assim como um marco no Cinema em si, devido à quantidade de coisas que existem para explorar neste universo, como a qualidade imprimida nos mesmos. Durmam bem depois disto, se conseguirem.



terça-feira, 8 de outubro de 2019

The Conjuring (2013)

Numa altura em andava sem grandes estímulos para ver Cinema de terror, e quando pensava que dentro deste género já pouco haveria a fazer que me pudesse surpreender, eis que aparece este "The Conjuring", realizado por James Wan (curiosamente um realizador que com o tempo viria a seguir o trabalho), que me surpreendeu não só pela positiva, mas também pela arrojada forma como todo o filme foi montado para ser uma experiência profundamente marcante.

Este argumento baseado a história de um dos casos mais bizarros dos investigadores paranormais Ed e Lorraine Warren, escrito pela dupla Chad Hayes e Carey W. Hayes, conta a história de uma família que decide mudar-se para uma enorme casa no interior, e é aqui que as presenças que começam a assombrar a família se manifestam. Parece mais do mesmo, mas as surpresas que se vão desenrolando ao longo da película, e a forma como todos os planos do filme estão feitos, dão todo um novo folgo a este género que parecia estagnado.

Contando com Patrick Wilson e Vera Farmiga nos papéis principais, este agoniante conto de horror é uma espécie de Amytiville, mas com muito mais pormenores tenebrosos, e com muito mais profundidade, que não passou ao lado da crítica, e que arrebatou vários prémios, entre outras nomeações em festivais de Cinema por esse mundo fora. Este é daqueles filmes de terror que já tem estatuto de culto, mas vê-lo com ou sem cautela, é uma escolha vossa.



quinta-feira, 3 de outubro de 2019

Joker (2019)

Esta tragédia é uma viagem insana ao sub-consciente do ser humano, àqueles lugares negros bem afastados da luz, onde tudo são trevas que desencadeiam um processo de descarrilamento com emoções à flor da pele, de um personagem doentio chamado Arthur Fleck que acrescenta a esta recriação de Joker (um dos maiores vilões da DC Comics), algo que os outros não tinham: Humanidade. Que filme tremendo, onde vi muitas influências de Scorcese, sem esquecer uma banda sonora eficaz, e cuja edição é feita de uma nostalgia própria a pensar em quem também ama Cinema.

Esquecido pela sociedade, um comediante vê-se a braços com a dificuldade de suceder na sua profissão, e é aqui que começamos a perceber o assombroso alcance de Joaquin Phoenix como actor, aquando da descida vertiginosa da sua personagem ao abismo, e que em todas as fases da sua interpretação faz ora vibrar o espectador, ora o faz contemplar o ecrã de forma a sentirmos uma certa empatia por este dramatismo da anarquia. Não obstante de ser um drama, tem um lado rebelde que é um esmagamento vil do que é comum neste tipo de filmes, com uma perturbadora intenção de se tornar um pesadelo vivido a sangue frio em certos momentos.

Todd Phillips (que tem no seu currículo várias comédias como A Ressaca por exemplo), ascende com esta sua visão de Joker a pensar claramente em Joaquin Phoenix, ao patamar de grande realizador. Também ele juntamente com Scott Silver, escreveu este intrigante mas extraordinário argumento. O filme conta também com papéis fantásticos de Robert De Niro, Zazie Beetz, Frances Conroy, e Brett Cullen, que concedem a esta espiral de loucura, e a esta luta de pobres contra os ricos, os tons que a personagem central precisava à sua volta. Um sufocante foguete feito de choque e desespero, que confunde, provoca, e nos faz questionar sobre a nossa condição humana. Espero contudo que sorriam, e façam uma cara feliz.