domingo, 5 de janeiro de 2020

Bumblebee (2018)

O franchise dos Transformers teve neste "spin-off" a salvação de que procurava à já algum tempo. Começando por quem pegou neste projecto com pouca probabilidade de sucesso, Michael Bay desta vez ficou-se apenas pela produção, solicitando ajuda a Steven Spielberg, que introduz uma injecção de adrenalina no ritmo do filme, um saudosismo típico dos 80's, e todos os pormenores à Spielberg que saltam à vista um pouco por todo o desenrolar do argumento, sem o constante recorrer a CGI e efeitos especiais.

A relação humana entre a adolescente e a máquina B-127, é das coisas mais tocantes feitas nos últimos anos em termos de cinema, sendo que por entre esses momentos de amizade à prova de tudo o que o Universo pudesse atirar contra ambos, existe um sentimento "retro" que os fãs das séries de animação "Transformers" vão com certeza adorar. Talvez não só devido à influência de Spielberg, mas também ao facto do argumento ter sido escrito por uma mulher, Christina Hodson, se possa explicar o porquê da relação entre ambos funcionar tão bem, e também o orgânico brotar de acção que nunca fica presa num determinado momento, em que as lutas dos gigantescos robôs estão mais emocionantes que nunca, aliando deliciosos momentos de comédia à mistura, sendo que não me recordo de ter visto um argumento escrito por mulheres num últimos anos, algo que espero que mude.

Este filme encaixa muito bem no espírito juvenil da década de 80, mas ganha pontos também pela incrível e ecléctica banda sonora, pelo guarda roupa simples mas fulcral da Charlie, e por toda a magia de que é lembrar-mo-nos de como foi ter o primeiro carro. Revi-me bastante na Charlie em variadíssimos momentos, seja devido a referências musicais, seja devido a memórias pessoais, ou seja devido ao facto de ela ser uma representação fiel de parte da minha adolescência. Tudo funciona bem neste filme, e será bem difícil esquecerem o final, provando que o típico elenco de filme de Domingo à tarde cai bem que nem ginjas, provando que por vezes o simples consegue elevar-se a um patamar invulgar de excelência.



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