quarta-feira, 15 de janeiro de 2020

Jojo Rabbit (2019)

O ponto de partida desta corajosa comédia que relata os acontecimentos de um jovem no exército de Hitler, quando este descobre que a sua mãe esconde uma rapariga Judia em casa é talvez dos pontos de partida com mais risco de dar para o torto, devido ao contexto histórico e à época tenebrosa que a Humanidade viveu por esta altura. Nada que assuste Taika Waititi, que realizou e escreveu um dos argumentos mais arrojados que balança entre o humor e o drama de forma mordaz e consciente.

Apresentar uma sátira que se passa numa época tão negra da História desta forma, é uma demonstração de bravura fantástica, mesmo envolvendo uma das suas mais horríveis figuras em momentos hilariantes, com uma mecânica de envolve nacionalismo, populismo, conceitos simples que ligam humanos a humanos, e a inocência própria de quem ainda acredita que consegue apresentar uma comédia original numa altura em que existem massas cada vez mais intoxicadas por opiniões bacocas, de que não se brinca com isto ou com aquilo. É arte, e ela será sempre provocatória, e a inteligência empregue por Taika Waititi (Hitler), Scarlet Johansson (Rosie), Roman Griffin Davis (Jojo), e Thomasin McKenzie (Elsa), às personagens deste filme prova isso mesmo.

Apesar das enormes pressões que Taika Waititi sofreu para não levar isto até ao fim, não existe aqui nenhum tipo de glorificação a regimes tiranos, e felizmente que o filme viu a luz do dia, e a Academia dos Oscares (à altura desta crónica) reconheceu o nível de excelência desta sátira nomeando o filme para 6 categorias (Melhor Filme, Melhor Atriz Secundária, Melhor Argumento Adaptado, Melhor Guarda Roupa, Melhor Produção, e Melhor Edição de Imagem). Vejam de espírito aberto uma das melhores comédias de sempre da história do Cinema.



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