sexta-feira, 7 de fevereiro de 2020

Birds of Prey and the Fantabulous Emancipation of One Harley Quinn (2020)

Este projecto de Margot Robbie (que também produziu o filme) deu à sua personagem Harley Quinn uma dimensão de especial destaque, num filme onde heroínas e vilões vivem uma anárquica história que entrelaça a viragem na vida de Harley Quinn, que decidiu deixar o seu passado no passado, com outras histórias de sobrevivência de mulheres que se vêem a braços com um objectivo em comum, caso queiram viver. Essas mulheres são Renee Montoya (Rosie Perez), Huntress (Mary Elizabeth Winstead), Black Canary (Jurnee Smollett-Bell), e Ella Jay Basco (Cassandra Cain). O vilão Black Mask, interpretado por Ewan McGregor, que ao contrário do que esperava, tornou-se uma excelente escolha para o papel.

Escrito por Christina Hodson, e realizado por Cathy Yan, é um filme que deixa sobressair de forma natural o poder das actrizes e das suas personagens, com uma subtileza afiada na comédia cavalgante e firmeza nas suas mirabolantes partes de acção, que traz para o género algo que só uma equipa de personagens femininas consegue: uma perspectiva original do que é lutar neste mundo sendo mulher. A profundidade e remodelação destas personagens da DC para este caótico novo mundo, é talvez o que salta à vista num maníaco circo de voltas e mais voltas, onde as aves de rapina têm, apesar do foco ser na Harley Quinn, o seu próprio espaço para contar a sua história, e deixar água na boca por mais. Houve dois temas que foram escolhidos para encaixar no filme, à parte daquelas músicas que foram lançadas na banda sonora original, que me surpreenderam por serem mais rock e menos artificiais (e que músicas que foram escolhidas!). Voltando a Margot Robbie, talvez ela nunca venha a ser reconhecida com prémios de Cinema por interpretar esta personagem, mas este filme é a confirmação de que ela será sempre lembrada por todos como "a Harley Quinn".

O filme é feito de um conjunto de pequenos detalhes humorísticos, de carismáticas referências às bandas desenhadas, de pequenos pormenores que brilham no escuro, e de muitos doces de vários sabores, que no final tornam este filme apetecível para todo o público, mesmo sendo um filme "rated R" vindo de um mundo de super heróis. E isso, também é uma vitória da equipa que trabalhou no filme, que não teve medo de arriscar, e apresentou a viagem até ao ponto de encontro destas personagens, numa fórmula que tem tanto de punk rock, como de festa juvenil, em que a fronteira entre a comédia e a acção oferecem doses de puro entretenimento e adrenalina, sem a necessidade de aumentar o ritmo do filme para que as emoções das personagens não se percam no meio dos foguetes, das margaritas, e das sandes de ovo.



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